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domingo, 27 de janeiro de 2008

IV

Do teu veneno quero minha dose
Do teu mortal veneno quero beber da fonte
Me embriagar... Entorpecer

Da saliva ao sono
é o que quero...
Já cansei do meu egoísmo
Quero o toque que vem de tuas mãos
e o conforto de teus braços

Antes que me afogue em desespero
Mas venha com a dose certa
Que aqueça meu corpo
Que me queime em brasa antes do sono

E que no fim eu tenha teu corpo
junto ao meu enquanto eu descanso
Nas graças do veneno
que tomei da fonte

Que apague num instante essa chama
que me consumiu e me devorou
Mas que eu saiba enquanto me olhas
Que nesse triste olhar está minha redenção
E na saliva minha salvação

E que eu descanse como nunca em vida.
Nas graças do teu veneno
que tomei na fonte.

Frank J. Sá Araujo

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